27 de mar. de 2012

Beleza

eis a pedra-espelho
que dentre os cristais só era
um patinho feio

17 de mar. de 2012

Cozinhando

faço uma sopa de pedra
quebra, quebra, quebra
água e salsinha leva

faço uma sopa gostosa
grossa, grossa, grossa
mais cebolas saborosas

tiro o que é ilusão
no fogão ,no fogão, no fogão
sobram pedras, calorão
e diversão

14 de mar. de 2012

Memórias de carnaval

serpenteia
serpentina


amor de
colombina

rodopia
rodopia


quando pequena
aplaudia

20 de fev. de 2012

Felicidade

Plumas líquidas
paralíticas
no durar
do piscar
das vistas

17 de fev. de 2012

Brotoeja

Cobre minha carinha
chuva de espinhas
pequenininhas

elas são estrelinhas
bem vermelhinhas
rechonchudinhas

meu espelho: céu
cintilando transcendência

anunciando meu
despertar pra adolescência

13 de fev. de 2012

Manhã de aniversário

Tempo, jabuti, ja botei 
corpo e alma pra pular

corpo, colibri, ja cobrei
parque, sorvete pra tomar

alma, juriti, já jurei
comportar pra mamãe me levar.


3 de fev. de 2012

Futuro

Meu sonho é
calda de chocolate
d'água na boca
deixa a alma obesa

deleite
felicidade
ao leite.

2 de fev. de 2012

Peleja


— Peguei! É minha, é minha!

— Que que cê pegou?

— Caiu uma esrtela lá no fim da rua. Eu que vi, é minha!

— Não pode ser só sua! Lembra que a mãe disse pra gente repartir as coisas?

— Achado não é roubado! Nem vem!

— Pior ainda, não tá vendo que ela tá chorando?

— Cê tá louco? Estrela não chora!

— Se você pode carregar uma estrela, por que ela não pode chorar?

— É, cê tem razão.

— Ela quer liberdade, solta ela, solta!

— Pronto.

— Peguei! Rá!

— Não! Vou contar pra mãe!

— Ô mãe, ele pegou minha estrela!

— Mas filho, sua estrela não é aquela ali atrás de você?

— Êba! Ela voltou sozinha pra mim! Êba!

Deu um abraço forte na estrela, enquanto essa dava língua para o outro que ficou sem nada, chorando.

1 de fev. de 2012

Sonetinho manco

Se a vida não vai tão bem das pernas
pra mim não existe mais problema
o vento traz beijos de alfazema
alívio pra saudades eternas

pintou-me o danado na aquarela
alegre de um soneto manco
que leve colore o papel branco
tentando poesia da mais bela

e como gosto tanto da brisa
permito que me leve no céu
a tinta que sai dela desliza

faz-me andar manhosa como mel
caminhando igualzinho essa vida
pintada por arteiro pincel!

Monstrinho queridinho

Debaixo da minha cama mora um monstro
mamãe insiste, insiste, mas não mostro
ela vai correr, dizer que é só bobagem
menina boba, pára de viagem!

monstrinho, queridinho,
cuida bem do meu soninho
se ela souber quem você é,
que sou eu sem covardia,
ela nem vai levar fé
vai acabar com esse meu dia!

30 de jan. de 2012

Cão sem dono

Choveu chuchu na horta de Chico,
pensou: "Se eu pudesse ser rico..."
vislumbrou, se apressou e correu
de manhã sem manha esqueceu
que chuchu é bicho insosso;
num vendeu o que paga o osso
do cachorro chorando amuado
pra evitar fim inesperado
chico num sabe que a vida julga
maldoso quem vive de fuga
em vez de tirar a pulga 
do amigo que pede ajuda.

29 de jan. de 2012

Mãerinheira de primeira viagem

— Aí o grande vampiro, com as presas já aparecendo, encurrala a jovem moça!

— Mãe!

— Calma, minha filha. Aí o grande vampiro a abraça e grita: “Cérebro!”.

— Mãe!

— Filha, quer me deixar terminar? Assim você não vai entender a história. Então ele se aproxima e devora o cérebro da moça. Moral da história: nunca vá sozinha a um castelo que todos evitam!

— Mãe!

— Tá bom, pode falar.

— Isso não é um vampiro, é um zumbi.

— ...

28 de jan. de 2012

Olá!

Começando a empreitada do mundo virtual. Meu nome é Juliinha (leia Juli-inha). Neste cantinho vc vai encontrar literatura infantil em cores cambaleantes. Espero que amem este cantinho tanto quanto eu e voltem sempre.
Beijos.