— Peguei! É minha, é minha!
— Que que cê pegou?
— Caiu uma esrtela lá no fim da rua. Eu que vi, é minha!
— Não pode ser só sua! Lembra que a mãe disse pra gente repartir as coisas?
— Achado não é roubado! Nem vem!
— Pior ainda, não tá vendo que ela tá chorando?
— Cê tá louco? Estrela não chora!
— Se você pode carregar uma estrela, por que ela não pode chorar?
— É, cê tem razão.
— Ela quer liberdade, solta ela, solta!
— Pronto.
— Peguei! Rá!
— Não! Vou contar pra mãe!
— Ô mãe, ele pegou minha estrela!
— Mas filho, sua estrela não é aquela ali atrás de você?
— Êba! Ela voltou sozinha pra mim! Êba!
Deu um abraço forte na estrela, enquanto essa dava língua para o outro que
ficou sem nada, chorando.